Cerca de 200 países participam de cada edição da maior feira multissetorial do planeta.
Organização, limpeza, profissionalismo, modernidade. Essas são apenas algumas das palavras utilizadas pelo empresário Marcos Schenatto para definir o que viu na China. Em outubro, o proprietário da indústria Pavimenti Blocos e Pavers, que tem unidades e Francisco Beltrão e Palmas, passou oito dias no gigante asiático para visitar a Canton Fair, maior feira multissetorial do mundo.
Marcos foi a Canton decidido a buscar novas tecnologias para a sua empresa e voltou impressionado não apenas com a feira, mas com a magnitude das obras e eventos do país. “Quando vemos a realidade chinesa percebemos o quanto estamos atrasados, ou quanto ainda temos para avançar, lá é tudo gigante e extremamente organizado”, resume.
Marcos adianta que existem contrastes sociais no país, mas destaca cidades como Hong Kong — de colonização inglesa — pela fluidez do trânsito na cidade e rodovias, pela educação da população e sensação de segurança nas ruas. “Para se ter uma ideia, os caixas automáticos ficam de dentro para fora dos bancos, na calçada, você saca dinheiro na rua com total tranquilidade.”
Um dos pontos que mais chamaram a atenção do empresário foi o avanço da engenharia chinesa, que se vale da alta tecnologia para erguer construções colossais e de arquitetura futurista. “É tudo monstruoso, prédios com média de 50 andares são comuns, chegando os mais altos a 80, 90 andares; o capricho é tanto que o meio-fio, que aqui é de concreto, lá é granito.”
Fora a dificuldade inicial com o fuso horário — 11 horas de diferença em relação ao Brasil —, Marcos ficou encantado com a viagem. “A feira me impressionou, mas o que mais me chamou a atenção foi a própria China; a viagem é uma aula, a gente aprende muito e percebe o quanto é importante sair do nosso meio e conhecer outras realidades.”
A Canton Fair
Realizada em Ghanzghou, no Sul da China, a feira tem duas edições por ano e é feita em três fases: a fase em que Marcos participou, maquinários e equipamentos eletrônicos (1ª fase); higiene, decoração e brinquedos (2ª fase); e indústria têxtil (3ª fase). Cada edição, uma em outubro, outra em abril, reúne mais de 24 mil expositores, em uma área de 1 milhão de metros quadrados (é como multiplicar a área do Centro de Eventos de Beltrão por 250) para 59,5 mil estandes de 200 países.
“Impressionante é o cuidado e a beleza dos pavilhões de exposição e das áreas de acesso; não parece que se está numa feira, o acabamento é melhor do que na maioria dos shoppings brasileiros, as paredes e o chão é tudo revestido de granito; eles revestem arquitetonicamente o exterior dos pavilhões com estruturas metálicas, e o mais impressionante, acaba uma feira e em apenas três dias eles desmontam tudo e erguem outra.”
Marcos já participou como expositor de mais 35 feiras nacionais e internacionais e diz que no Brasil não há nada sequer parecido com a Canton Fair. “Seria interessante que os organizadores de feiras, na medida do possível, pudessem ir à China visitar a Canton para trazerem novas ideias e verem o quanto precisamos e podemos evoluir”, finaliza.
Fonte: Jornal de Beltrão