A alta na cotação dólar no Brasil e em outros países - principalmente naqueles com câmbio flutuante -, ao longo desta semana, se deve possivelmente às especulações do mercado e à crise na economia da Grécia.
Esta, em síntese, é a opinião de empresários ouvidos pelo Jornal de Beltrão. No entanto, dos quatro consultados, três não acreditam que a cotação, no Brasil, vai se manter na faixa dos R$ 2 a R$ 2,06.
O presidente da Coordenadoria das Associações Empresariais do Sudoeste do PR (Cacispar), o duovizinhense Luiz Carlos Peretti, acha que o governo vai conseguir manter a cotação dólar na faixa de R$ 1,80 a R$ 1,90. Peretti argumenta que a queda nas taxas de juros pode ter levado muitas pessoas a comprar dólar, como forma de valorização dos seus investimentos.
Mesmo assim, ele acha que a moeda norte-americana deverá se manter abaixo de R$ 2. "Na faixa de R$ 1,90 ajuda a conter as importações, a inflação e estimula as exportações", analisa.
Silvonei Martins, do departamento administrativo da indústria Fremapar, de Francisco Beltrão, acredita que estes valores praticados na semana não vão se manter por muito tempo "e deve voltar ao patamar que estava, R$ 1,70 a R$ 1,80". Ele acredita que o aumento "é especulação, não tem outra influência". Mas acrescenta que "quando há uma alteração na economia, a moeda sofre influência".
Não dá pra descartar a especulação
Edgar Behne, um dos executivos da Marel Indústria de Móveis, de Beltrão, também aposta que este aumento não vai se manter por muito tempo. O empresário acha que a questão pode estar ligada à crise financeira na Grécia.
Exatamente por isso, Edgar acredita que os demais países da União Europeia vão tomar alguma medida para auxiliar o país. "Agora, se a Grécia quebrar, isso vai ter reflexos para a economia", avalia.
No entanto, o executivo considera também a hipótese de especulação de investidores em relação ao dólar. "Com certeza, não é uma hipótese a ser descartada", pondera. Por estes dois motivos é que Edgar acredita que a cotação do dólar não se manterá neste patamar. "Acho que não vai se manter por muito tempo", aposta.
Fonte: Jornal de Beltrão