PIB

segunda, 17 de dezembro de 2012

Pato Branco tem o 18º e Francisco Beltrão o 22º PIB do Paraná

O Produto Interno Bruto (PIB) é a soma monetária de todos os bens e serviços produzidos de determinada região. No cálculo, três setores são levados em conta: agropecuária, indústria e serviços. No início da semana, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os números de 2010.

O Sudoeste não aparece muito bem, sendo que o primeiro representante da região, entre os 399 municípios do Paraná, é Pato Branco, que gerou R$ 1.500.518 bilhão e está na 18ª posição estadual. Francisco Beltrão é o 22º, com R$1.300.513 bilhão de riquezas geradas. A variação, entre 2006 e 2012, é bastante satisfatória nos dois municípios: enquanto em Pato Branco a geração de riquezas cresceu 77,08%, em Beltrão foi 70,74% nos últimos seis anos.

O Estado chegou a um PIB de R$ 217.289.675 bilhões, sendo Curitiba a cidade com maior contribuição, com mais de 53 bilhões. A capital paranaense foi responsável por 1,4% do PIB nacional. "Analisando o PIB, vemos que a economia do Paraná ainda é muito centralizada na região metropolitana de Curitiba, que é a quarta do país. Existe, para melhorar, a necessidade de políticas públicas para promover e favorecer o crescimento nas regiões", diz José Maria Ramos, economista.

O Sudoeste corresponde a 4,4% do PIB Estadual, tendo pouco mais de 5% da população. Quem mais contribui são as regiões de Curitiba (47%), Norte (16%) e Oeste (11%). Os números daqui se explicam em virtude das características: pequenas propriedades agrícolas e pouca industrialização. "O nível de industrialização e produtividade da economia ainda é muito primário se compararmos ao restante do Estado, como na região metropolitana de Curitiba, que foi a que mais cresceu. Lá existe uma industrialização muito mais avançada, com muita escala e processos produtivos sofisticados, como montadoras de automóveis e autopeças, indústrias petroquímicas, químicas, de cimento", analisa Ricardo Toseto Ciquelero, administrador de empresas que estuda há anos os dados de Francisco Beltrão.

Ele destaca que as indústrias do Sudoeste são mais básicas, com ênfase para o setor alimentício, de móveis e vestuário. "Eles são considerados tipos leves de indústria e geram menos riqueza, na proporcionalidade, do que as indústrias instaladas em outras regiões. Outro problema é que o comércio e os serviços também são mais básicos do que Curitiba e Londrina, por exemplo, e tudo isso contribui para o PIB ser menor", completa.

José Maria complementa dizendo que a qualidade de vida não está prejudicada com os índices do PIB. "Beltrão conquistou um fantástico índice nas medições da Firjan, que analisa PIB, saúde e educação. Claro que devemos pensar em como estimular a melhora desse PIB, para sermos atrativos para grande investimentos e continuarmos com boa qualidade de vida", observa.


Para melhorar, mais infraestrutura

Como o Sudoeste apresenta algumas dificuldades de logística, também se torna um pouco mais complicado o crescimento do PIB. "Sofremos por estar alijados em termos de infraestrutura se compararmos com o restante do Paraná. Há poucas conexões aéreas, as rodovias são saturadas e a logística fica muito comprometida. Isso afasta muitas empresas de fazer negócios na nossa região. Outro problema é o nível educacional da população, que é inferior ao das regiões mais avançadas. Durante muitos anos, os jovens saíram para estudar e a região perdeu as suas melhores cabeças, a fuga de cérebros, como se diz no jargão econômico. Agora, com o grande volume de ensino superior e cursos técnicos aqui, a tendência é reverter o processo e na próxima década é o que vai ajudar no crescimento do PIB."

O professor também acredita que a situação da logística na região, fator preponderante para atrair investimentos, ainda é precária. "No último ano ganhamos uma linha aérea regular que ainda não é suficiente. Devemos sim pensar em situações para melhorar o escoamento do que é produzido e conseguirmos crescer nesse ranking", indica.


De 2006 para 2010

Tirando alguns crescimentos fora do normal, como o de São José dos Pinhais, que passou de 94%, ou de Cascavel que superou 114%, o PIB das duas principais cidades do Sudoeste mantém bons índices de aumento com o passar dos anos: em Pato Branco foram 77,08% e em Beltrão 70,74%. A título de comparação, o orçamento municipal de Francisco Beltrão cresceu apenas pouco mais de 50% nesse período.
Fonte: Jornal de Beltrão

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