Mesmo com o baixo desempenho da economia neste ano, a classe empresarial está otimista com relação o ano de 2013, projetando um crescimento sustentável, alimentado por investimentos da iniciativa privada e incentivos governamentais. Em novembro, a projeção do mercado, para o crescimento do PIB em 2012 caiu para 1,52%. A expectativa para o crescimento em 2013 também diminuiu, de 4 % nas últimas semanas para 3,96% no boletim divulgado pelo Banco Central.
Para o empresário Edson Flessak a iniciativa privada até tenta crescer mais, porém falta mão de obra, matéria prima, infraestrutura e crédito - apesar do juro ter caído, poucas empresas estão conseguindo recursos - e o governo gasta mal, "pois coloca políticos para cargos técnicos com o único objetivo de acerto de campanha. Não tem nenhum compromisso com o desenvolvimento a não ser o básico para a população que decide a eleição e que se contenta com uma esmola mensal."
Na opinião dele, a economia vai crescer de qualquer forma, pois é fundamental trabalhar mais para honrar os compromissos que só aumentam a cada dia. "Ou quebra ou cresce, não tem meio termo. Uma obra publica custa muito mais do que custaria se fosse contratada pela iniciativa privada. E ainda assim, muitas não são terminadas e não acontece nada nem pra quem contratou como pra quem foi contratado."
Evandro Néri, presidente do Sindimetal Sudoeste, com sede em Pato Branco, acredita que é preciso ver o lado positivo e acreditar nas políticas que são colocadas em prática. Ele salienta que o Governo está fazendo um esforço para reduzir a energia elétrica, fator que irá beneficiar a indústria nacional. Além disso, Evandro salienta que há programas de incentivo à industrialização com taxas de juros mais acessíveis como, por exemplo, o Programa de Sustentação do Investimento (PSI), que foi prorrogado no mês de dezembro.
A linha de crédito subsidiado pelo BNDES financia a compra de caminhões, ônibus, máquinas e equipamentos com juros mais baixos como forma de estimular os investimentos no país. "Temos motivos para acreditar que os investimentos vão ajudar a indústria crescer, porém existem alguns problemas como a falta de mão de obra qualificada. Esse é um problema que as empresas terão que resolver da porta pra dentro, investindo em tecnologia e qualificando seus funcionários", destaca o dirigente.
Roberto Pecóits, representante da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP) e diretor da empresa Gralha Azul, espera um crescimento da economia brasileira maior em 2013, mesmo porque neste ano ficou aquém do esperado. Por outro lado, ele observa que no mundo globalizado, o país tem que torcer para que ocorra um crescimento global. "Qualquer expiro nos países desenvolvidos pode se tornar uma pneumonia aqui. Todos ficam muito suscetíveis ao que ocorre nos outros países."
O empresário salienta que as linhas de crédito mais baratas do BNDES não estão acessíveis a todos. "O BNDES empresta a poucos privilegiados a um juro de 5,6% ao ano, porém ainda existe uma distância muito grande com relação ao juro praticado na Inglaterra que é de 0,79%", compara. Uma das coisas que preocupa o setor é que a cotação das commodities não deverá se manter no patamar atual. "A soja, o milho, o frango, que agora recuperou o preço, dificilmente se manterão nos valores atuais. A região Sudoeste, que possui forte influência do agronegócio, deverá sentir algum impacto." Pecóits informa que o setor industrial apresenta indicador de crescimento no quarto trimestre e deverá começar 2013 com o pé do acelerador.
Fonte: Jornal de Beltrão