O Colégio Agrícola de Francisco Beltrão foi citado em reportagem da revista da Fundação Victor Civita como uma das melhores escolas de ensino médio do país. O estabelecimento de ensino foi reconhecido, em 2009, pela pesquisa Melhores Práticas em Escolas de Ensino Médio, desenvolvida pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a pedido do Ministério da Educação (MEC). O estudo teve como objetivo identificar os fatores relacionados à efetividade de determinadas escolas na formação dos jovens, analisar as medidas para o Ensino Médio em quatro estados — Acre, Ceará, Paraná e São Paulo — e observar a articulação dessas ações com as políticas federais.
De acordo com Alzemiro Prando, coordenador de cursos, na época do levantamento, a pesquisadora que visitou a unidade ficou surpresa com a precariedade da estrutura física e, apesar disso, apresentava excelentes resultados. "Nem sempre a infraestrutura garante bons resultados, mas sim as boas práticas pedagógicas. Mesmo com a estrutura precária, os alunos gostam de estudar aqui, porque se sentem bem assistidos", entende.
O Colégio Agrícola foi selecionado entre as 35 instituições que tinham baixas taxas de evasão e repetência e bons resultados nas avaliações externas. A taxa de desistência no Colégio Agrícola é maior no primeiro ano, entre 15% e 20%, quando muitos alunos não conseguem se adaptar ao modelo. Nas demais séries, a evasão escolar praticamente não existe. Para o coordenador, o segredo do sucesso do estabelecimento é o ensino em tempo integral, aliado a um projeto pedagógico que valoriza a formação humana de cada estudante.
Dos 230 alunos matriculados, 195 permanecem em regime de internato, o que favorece a integração e o acompanhamento da equipe. À noite, eles têm diversas opções com projetos de capoeira, informática, aulas de violão, acordeom, e, principalmente, mais tempo para se dedicar aos grupos de estudos. Os alunos recebem ajuda de um professor para colocar em dia suas atividades.
Outra característica bastante valorizada é a forma como os problemas em sala de aula são resolvidos. Os professores contam com reuniões pedagógicas, reuniões de conselhos de classe e hora atividade para sentar e planejar as aulas.
Na opinião de Alzemiro Prando, a escola ainda tem muito para evoluir e vai conquistar resultados ainda mais satisfatórios a partir da nova sede. A obra está em fase final. Lá os alunos terão ambiente melhores para se acomodar nos alojamentos, com mais conforto e espaço, laboratórios mais modernos e aulas práticas com mais frequência. "Hoje temos um laboratório de informática que está inativo, porque não temos espaço para colocá-lo em funcionamento."
Novos cursos
Para o ano que vem, o Colégio Agrícola estará implantando dois novos cursos: Técnico em Agropecuária, Técnico em Agroindústria e Técnico em Viticultura e Enologia. As aulas serão no período noturno e aos sábados com duração de um ano e meio para quem já concluiu o ensino médio. O curso Técnico em Agropecuária no período noturno é uma reivindicação de alguns anos da comunidade. Ele foi desativado em 2005 e agora foi novamente autorizado pela Secretaria de Estado da Educação (SEED). Segundo Prando, o curso poderá absorver os profissionais que já estão trabalhando no mercado de trabalho e precisam de aperfeiçoamento. Neste sistema, será possível trabalhar durante o dia e estudar à noite.
Obra
A nova sede do Colégio Agrícola, que está sendo construída na Linha Santa Bárbara, em Francisco Beltrão, deve ficar pronto até fevereiro. A Construtora Guilherme, de Cascavel, responsável pela construção, já concluiu 85% da obra. O projeto prevê 8.100 metros quadrados com oito salas de aula, cinco unidades de laboratórios, cinco agroindústrias e três prédios de alojamentos, com capacidade para 260 pessoas. Estão sendo aplicados R$ 9,7 milhões na construção e mais R$ 2 milhões em equipamentos. "Com a nova sede será possível estudar a expansão dos cursos técnicos, aumentando, inclusive, o número de vagas para o internato para todos os municípios da região."
Fonte: Jornal de Beltrão