O Fundo de Participação dos Municípios (FPM) caiu, o final de mandato se aproxima e a Lei de Responsabilidade Fiscal não permite que a futura legislatura herde contas a pagar.
Esse resumo faz com que as prefeituras do Brasil todo comecem a cortar gastos, a fim de equilibrar a contabilidade até dezembro. No Sudoeste também, independentemente do resultado da eleição ter sido favorável ou desfavorável.
Prefeitos da região começam a cortar cargos de confiança e funções gratificadas.
Em Francisco Beltrão, o prefeito Wilmar Reichembach (PSDB) deu entrevista ontem e avisou que os cortes serão gradativos. Na terça-feira, quatro pessoas do terceiro escalão já foram desligadas. Ontem seriam anunciadas mais. Atualmente, a prefeitura tem cerca de 120 cargos em comissão passíveis de desligamento.
Investimentos como a abertura do Natal e o show de Ivete Sangalo (anunciado no ano passado e escolhido por votação popular durante algumas semanas) foram cancelados. Mantém-se a atividade com os pioneiros e shows ligados a religiões.
Reichembach deu um exemplo em números, sobre a queda do FPM. “Em agosto de 2011 o município recebeu R$ 2,5 milhões; neste agosto, R$ 1,8 milhão.”
Setores como Saúde e Educação e limpeza pública não sofrerão prejuízos. Os cortes, conforme asseverou o prefeito, “serão analisados e anunciados gradativamente em busca da adequação financeira necessária”.
Obras como as anunciadas para a dragagem do Rio Marrecas não terão interferência porque são exclusivamente bancadas pelo Governo do Estado.
Reichembach está otimista, acreditando que conseguirá entregar a administração sem reveses. Na segunda-feira, ele recebe, em audiência, o prefeito eleito Antônio Cantelmo Neto (PMDB). O grupo de transição deve iniciar os trabalhos ainda neste mês.
Em Dois Vizinhos, a Prefeitura cortou meio expediente. Atende agora somente das 8 às 12 (leia mais ao lado). O prefeito Zezinho Ramuski (PSDB) — que perdeu a reeleição para Raul Isotton (PMDB) — começou a demitir os cargos de confiança e cargos em comissão.
Pato Branco
Em Pato Branco, a redução do recebimento do Fundo, aliada à grande soma de valores de contrapartida de obras federais e estaduais foram apontadas pelo prefeito Roberto Viganó (PDT) como responsáveis pelos 124 trabalhadores dispensados pela administração municipal.
Viganó foi vitorioso em 7 de outubro, apoiando o deputado estadual Augustinho Zucchi (PDT) — prefeito eleito.
Para fechar as contas do final do mandato, Viganó já havia dispensado 72 estagiários e exonerado outros 52 em cargos de confiança. A primeira relação de cargos eliminados foi publicada nesta semana, mas Viganó garante que mais demissões devem ocorrer ainda nos próximos dias. “Devo tirar mais pessoas durante a semana. Temos que fazer esta redução para fechar as contas, pois o FPM caiu e temos muitas contrapartidas em obras federais, temos R$ 75 milhões em obras em andamento”, justifica o prefeito.
Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura, os profissionais já exonerados foram notificados e desde a segunda-feira não prestam mais serviços à administração municipal.
Fonte: Jornal de Beltrão
