SPC

terça, 25 de março de 2014

Brasileiro economiza para se endividar mais

Uma pesquisa nacional encomendada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostra que o consumidor brasileiro não tem o hábito de poupar dinheiro e, quando poupa, é para consumir ainda mais e não para formar um fundo de reserva. Além disso, entre aqueles que têm o hábito de guardar dinheiro, a maioria tem perfil conservador e prefere investimentos mais seguros, que não ofereçam muitos riscos, como a caderneta de poupança.

Os pesquisadores perguntaram a um grupo de consumidores quantos deles conseguiram poupar alguma quantia no mês anterior. A maioria dos entrevistados (54%) afirmou que não conseguiu guardar qualquer quantia, 42% disseram que conseguiram juntar alguma coisa e 3% não souberam responder. Para a economista do SPC Brasil, Luiza Rodrigues, o brasileiro é historicamente conhecido por poupar pouco. “Os motivos que fazem com que o brasileiro tenha uma das menores taxas de poupança do mundo são culturais. Na China, por exemplo, a taxa de poupança é mais que o dobro da (taxa) brasileira. O chinês poupa 30% do seu salário”, afirma Luiza.

E o que fariam os entrevistados da pesquisa se recebessem inesperadamente cinco vezes o valor do próprio salário? Nesta situação hipotética, a maior parte dos consumidores (68%) disse que gastaria o valor reformando a casa, comprando um carro ou fazendo uma viagem, por exemplo. As possibilidades de respostas eram múltiplas, mas só 49% disseram que aplicariam o dinheiro, 45% disseram que quitariam dívidas, 22% investiriam em algum empreendimento e 9% ajudariam parentes e amigos.

Na avaliação de Luiza Rodrigues, este tipo de comportamento pode ser parcialmente explicado pelas seguranças assistencial, trabalhista e previdenciária que o Brasil oferece à população. “Esses recursos contribuem para que o brasileiro se sinta mais seguro e se preocupe menos em economizar para uma emergência”, explica. Ela dá o exemplo de que no Brasil, até quem não contribui com a previdência social pode receber aposentadoria na velhice, mesmo que com um valor baixo. “Já isso não ocorre nos Estados Unidos, por exemplo. Lá é preciso contribuir para receber. Dessa forma, formar uma reserva para emergências e ter um futuro seguro é mais importante do que é no Brasil”, afirma.
Fonte: aciar.com.br

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